sexta-feira, 5 de junho de 2020

Agroecologia em contos...

Saudosa Professora Ana Primavesi, a quem tive a honra de conhecer pessoalmente, em sua brilhante narrativa no livro "A Convenção dos Ventos", publicado em 2016, escreveu assim:

"- Mas como se sabe se a terra é bem tratada?
Aí Percílio se meteu na conversa:
- Muito simples, planta forte não tem peste nem praga e medra bem. Em terra maltratada, as plantas são pesteadas e atacadas por insetos. Quanto mais veneno se tem de pulverizar nas lavouras, é sinal que tanto mais doente está a terra, e tanto mais fracas são as plantas. A terra doentia e fraca somente pode formar gente doentia e fraca.
Zequinha franziu a testa e pensou intensamente. Finalmente, um sorriso brilhou em seu rostinho.
- Então, não é por causa da terra que temos que tratá-la bem, mas por causa de nós mesmos?
- Exato - disse a terra - Eu, as plantas, os animais, vocês todos dependemos um do outro. Você pode me estragar, mas eu lhes estrago também!"

Uma linda reflexão à todos nesse Dia Mundial do Meio Ambiente!!!!! 

 

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Saudades muitas...

Há dias ensolarados que nos parecem nublados. O céu se abre de azul e no meu rosto sinto o cheiro da chuva e o vento da passagem.
Hoje é um desses dias. Há exatos 3 anos minha vida mudou completamente, levando minha referência e minhas conversas mais maduras. A brisa desse dia me levou boa dose de sorrisos, de dúvidas e de coisas a aprender. Me trouxe dor, angústia e me forçou a desenvolver sabedoria. O que pode ser bom, mas insensato.
O ideal é que qualquer discípulo tenha um mestre a te guiar. Sei que ela ainda me guia, mas os sinais para o aprendizado ficaram mais difíceis e necessitam de muita concentração. Minha mãe fez sua passagem, há três anos, sem me dizer tudo o que eu queria ouvir.
Mas, é sempre assim. Nunca haverão palavras suficientes a serem ditas quando perdemos quem nos ensinou a falar. Meus momentos de meditação e orações tem me ajudado a compreender isso. Mas conviver com a dor é um fardo pesado demais. Não desejo isso a ninguém.
Se vocês ainda tem a oportunidade de conviver com seus pais, busquem ouvi-los. Aproveitem esse momento para desculpá-los ou pedir desculpas. Demonstrem seus reais sentimentos. Ou busquem esses sentimentos dentro de si para externá-los. 
Uns cinco anos antes da passagem da minha mãe consegui fazer isso. Viajamos juntos, só nós dois. Fizemos isso algumas vezes depois também, virou uma rotina todo ano. O começo foi difícil, mas nos curtimos. Aprendemos mais sobre nós mesmos nos aproximando. Conhecemos países, culturas e, principalmente, nos reconhecemos. Os afazeres e o cotidiano dessa vida corrida geralmente nos afasta. Mesmo para quem mora junto, que não era o meu caso.
Minha mãezinha sempre foi muito parceira. Sempre aberta ao diálogo. Mesmo não concordando comigo em muitas vezes. Esses diálogos hoje são mais valiosos que ouro. Mas não há como tê-los de novo. 
Se não fosse o isolamento social eu estaria hoje em Teresópolis - RJ, celebrando sua passagem e lhe rendendo homenagens. Teresópolis é onde suas cinzas, ao seu pedido, foram espalhadas. Na Serra do Órgãos. Lugar lindo como sua história de vida.
Quando tudo isso passar, irei lá.
Mãe, espero que sua luz esteja fazendo parte do todo e sua iluminação nos fortaleça nessa estrada que ainda temos. A mim, meu irmão e todos que a amam.
Descanse em paz. Sua missão foi bem cumprida. A minha é que segue difícil sem ti.
Namastê! 

 

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Will Smith

"Se você foca na dor,
continuará a sofrer.
se você foca na lição,
continuará a crescer".