domingo, 27 de maio de 2012

DoRmingo de chuva...

Final de semana de altos e baixos e onde reinou a preguiça. Meu Biel com otite, festão da minha norinha Mallu, Mengão fazendo feio no futebol e no basquete, Fórmula 1 entediante no circuito mais anti-desportivo que existe, pouca leitura, muita jogatina.com e pelo menos matei saudades de meus parentes cariocas e mineiros...por telefone. rs 
Eita final de semana mais ou menos!
 

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A FLOR DO MARACUJÁ

Encontrando-me com um sertanejo 
Perto de um pé de maracujá 
Eu lhe perguntei:  
Diga-me caro sertanejo  
Porque razão nasce roxa  
A flor do maracujá?
 
Ah, pois então eu lhi conto  
A estória que ouvi contá 
A razão pro que nasci roxa  
A flor do maracujá
  
Maracujá já foi branco  
Eu posso inté lhe ajurá 
Mais branco qui caridadi  
Mais brando do que o luá 
 
Quando a flor brotava nele 
Lá pros cunfim do sertão 
Maracujá parecia  
Um ninho de argodão
 
Mais um dia, há muito tempo 
Num meis que inté num mi alembro  
Si foi maio, si foi junho  
Si foi janero ou dezembro 
 
Nosso sinhô Jesus Cristo  
Foi condenado a morrer 
Numa cruis crucificado  
Longe daqui como o quê
 
Pregaro cristo a martelo  
E ao vê tamanha crueza  
A natureza inteirinha  
Pois-se a chorá di tristeza  

Chorava us campu  
As foia, as ribera  
Sabiá também chorava  
Nos gaio a laranjera 
 
E havia junto da cruis  
Um pé de maracujá 
Carregadinho de flor 
Aos pé de nosso sinhô
 
I o sangue de Jesus Cristo  
Sangui pisado de dô 
Nus pé du maracujá  
Tingia todas as flor

Eis aqui seu moço 

A estoria que eu vi contá 
A razão proque nasce roxa  
A flor do maracujá. 

Catulo da Paixão Cearense


 

terça-feira, 15 de maio de 2012

Fica aberta a discussão, ponderação e reflexão...

POBRES ALUNOS, BRANCOS E POBRES

Sandra Cavalcanti*, 2009.


Entre as lembranças de minha vida, destaco a alegria de lecionar Português e Literatura no Instituto de Educação, no Rio.
Começávamos nossa lida, pontualmente, às 7h15.
Sala cheia, as alunas de blusa branca engomada, saia azul, cabelos arrumados.
Eram jovens de todas as camadas.
Filhas de profissionais liberais, de militares, de professores, de empresários, de modestíssimos comerciários e bancários.
Elas compunham um quadro muito equilibrado.
Negras, mulatas, bem escuras ou claras, judias, filhas de libaneses e turcos, algumas com ascendência japonesa e várias nortistas com a inconfundível mistura de sangue indígena.
As brancas também eram diferentes.
Umas tinham ares lusos, outras pareciam italianas.
Enfim, um pequeno Brasil em cada sala.Todas estavam ali por mérito!
O concurso para entrar no Instituto de Educação era famoso pelo rigor e pelo alto nível de exigências.
Na verdade, era um concurso para a carreira de magistério do primeiro grau, com nomeação garantida ao fim dos sete anos.
Nunca, jamais, em qualquer tempo, alguma delas teve esse direito, conseguido por mérito, contestado por conta da cor de sua pele!
Essa estapafúrdia discriminação nunca passou pela cabeça de nenhum político, nem mesmo quando o País viveu os difíceis tempos do governo autoritário.
Estes dias compareci aos festejos de uma de minhas turmas, numa linda missa na antiga Sé, já completamente restaurada e deslumbrante.
Eram os 50 anos da formatura delas!
Lá estavam as minhas normalistas, agora alegres senhoras, muitas vovós, algumas aposentadas, outras ainda não.
Lá estavam elas, muito felizes.
Lindas mulatas de olhos verdes. Brancas de cabelos pintados de louro. Negras elegantérrimas, esguias e belas. Judias com aquele ruivo típico. E as nortistas, com seu jeito de índias. Na minha opinião, as mais bem conservadas.
Lá pelas tantas, a conversa recaiu sobre essa escandalosa mania de cotas raciais.
Todas contra! Como experimentadas professoras, fizeram a análise certa.
Estabelecer igualdade com base na cor da pele?
A raiz do problema é bem outra.
Onde é que já se viu isso?
Se melhorassem de fato as condições de trabalho do ensino de primeiro e segundo graus na rede pública, ninguém estaria pleiteando esse absurdo.
Uma das minhas alunas hoje é titular na Uerj. Outra é desembargadora. Várias são ainda diretoras de escola. Duas promotoras.
As cores, muitas. As brancas não parecem arianas. Nem se pode dizer que todas as mulatas são negras.
Afinal, o Brasil é assim. A nossa mestiçagem aconteceu.
O País não tem dialetos, falamos todos a mesma língua. Não há repressão religiosa.
A Constituição determina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de nenhuma natureza!
Portanto, é inconstitucional querer separar brasileiros pela cor da pele.
Isso é racismo! E racismo é crime inafiançável e imprescritível.
Perguntei: qual é o problema, então? É simples, mas é difícil.
A população pobre do País não está tendo governos capazes de diminuir a distância econômica entre ela e os mais ricos. Com isso se instala a desigualdade na hora da largada. Os mais ricos estudam em colégios particulares caros. Fazem cursinhos caros. Passam nos vestibulares para as universidades públicas e estudam de graça, isto é, à custa dos impostos pagos pelos brasileiros, ricos e pobres.
Os mais pobres estudam em escolas públicas, sempre tratadas como investimentos secundários, mal instaladas, mal equipadas, mal cuidadas, com magistério mal pago e sem estímulos.Quem viveu no governo Carlos Lacerda se lembra ainda de como o magistério público do ensino básico era bem considerado, respeitado e remunerado.
Hoje, com a cidade do Rio de Janeiro devastada após a administração de Leonel Brizola, com suas favelas e seus moradores entregues ao tráfico e à corrupção, e com a visão equivocada de que um sistema de ensino depende de prédios e de arquitetos, nunca a educação dos mais pobres caiu a um nível tão baixo.
Achar que os únicos prejudicados por esta visão populista do processo educativo são os negros é uma farsa. Não é verdade.Todos os pobres são prejudicados: os brancos pobres, os negros pobres, os mulatos pobres, os judeus pobres, os índios pobres!
Quem quiser sanar esta injustiça deve pensar na população pobre do País, não na cor da pele dos alunos.
Tratem de investir de verdade no ensino público básico.
Melhorar o nível do magistério. Retornar aos cursos normais.
Acabar com essa história de exigir diploma de curso de Pedagogia para ensinar no primeiro grau. Pagar de forma justa aos professores, de acordo com o grau de dificuldades reais que eles têm de enfrentar para dar as suas aulas. Nada pode ser sovieticamente uniformizado. Não dá.

Para aflição nossa, o projeto que o Senado vai discutir é um barbaridade do ponto de vista constitucional, além de errar o alvo.
Se desejam que os alunos pobres, de todos os matizes, disputem em condições de igualdade com os ricos, melhorem a qualidade do ensino público.
Economizem os gastos em propaganda.
Cortem as mordomias federais, as estaduais e as municipais.
Impeçam a corrupção. Invistam nos professores e nas escolas públicas de ensino básico.

O exemplo do esporte está aí: já viram algum jovem atleta, corredor, negro ou não, bem alimentado, bem treinado e bem qualificado, precisar que lhe dêem distâncias menores e coloquem a fita de chegada mais perto? É claro que não. É na largada que se consagra a igualdade.
Os pobres precisam de igualdade de condições na largada.
Foi isso o que as minhas normalistas me disseram na festa dos seus 50 anos de magistério!
Com elas, foi assim.

*Sandra Cavalcanti, professora, jornalista, foi deputada federal constituinte, secretária de Serviços Sociais no governo Carlos Lacerda, fundou e presidiu o BNH no governo Castelo Branco.
Fonte: Enviado por e-mail pela Dona Dotye Baeta!

sábado, 12 de maio de 2012

Põe quanto és no mínimo que fazes

Para ser grande, sê inteiro: nada
teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
no mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda
brilha, porque alta vive.

Fernando Pessoa 
(Odes/Ricardo Reis)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Um beco com poucas saídas

Compartilho com todos o texto de um grande amigo, guru, desconselheiro e membro do meu ex-grupo "Tarados por Livros". Grande conhecedor da realidade das comunidades urbanas do Rio de Janeiro, nascido e criado na Rocinha, Zezinho, como é conhecido por lá, faz uma brilhante reflexão. Salve a Rocinha! Salve as comunidades urbanas e periurbanas do nosso Rio de Janeiro e o resgate de sua cidadania. Favelas que carregam o peso histórico do samba e do desenvolvimento carioca.

Foto: Angelo Baeta


Um beco com poucas saídas

"Morar numa favela é viver em condições limites, em todos os sentidos. Os recursos econômicos, sociais, políticos, e até o exercício da cidadania é limitada. São poucas as ruas, prevalecem os becos estreitos que entrelaçam-se num emaranhado de caminhos entre casas, prédios, barracos, valas abertas...; são veias abertas de uma sociedade marginalizada e estigmatizada pelo silêncio imposto, pela exclusão do marco legal da cidade, pelo domínio de um poder que se impõe pelo medo.
Quem mora numa favela quase não tem horizonte, e muitos realmente não têm. Morar numa casa de beco limita-se a convivência diária entre a sua vida e a dos vizinhos, que dividem a parede com sua casa ou barraco. A privacidade é no limite, pois todos sabem da vida do outro ainda que não queiram saber. Mas é impossivel não ouvir gritos ou sussurros.
Morar num beco limita sua visão do mundo, pois o beco é tortuoso e escuro; fechado pelos telhados ou lajes das casas e barracos, quase não vemos o céu, a lua o sol, o horizonte.
Ao longo dos anos os becos tornaram-se mais estreitos, mais limitados e cerceados. Foram ocupados pela droga, pelas armas e pelo medo. Já não bricavamos mais de bolinha de gude, de pique esconde. Já não brincavamos mais.
Passei minha infância, minha adolescência e boa parte da minha juventude morando num beco. Busquei na escola ampliar meu horizonte, ou melhor encontrei na escola meu horizonte. Fiz da escola e dos meus amigos meu caminho para fora do beco. Eu queria a rua larga, espaçosa e sem limtes.
Espero que a Rua 4 na Rocinha seja o início do fim dos becos naquela favela. Abrir ruas é importante para melhorar a circulação das pessoas, mas é preciso que as oportunidades cheguem pela mesma rua, para que as pessoas, principalmente os jovens não fiquem limitados aos becos da favela; mas encontrem uma rua larga que conduza-os a um futuro..."
 
José Luiz Souza Lima
 
Fonte: http://zeluizhistoria.zip.net/

terça-feira, 8 de maio de 2012

Você sabe o que é Gestão de Resultados?

Em uma cidade do interior, viviam duas mulheres que tinham o mesmo nome:
Flávia. Uma era freira e a outra taxista.
Quis o destino que morressem no mesmo dia. Quando chegaram ao céu, São Pedro as esperava.
- O teu nome?
- Flávia
- A freira?
- Não, a taxista...
São Pedro consulta as suas notas e diz:
- Bem, ganhastes o paraíso. Leva esta túnica com fios de ouro. Pode entrar.
A seguinte...
- O teu nome?
- Flávia
- A freira?
- Sim, eu mesma.
- Bem, ganhastes o paraíso... Leva esta túnica de linho. Pode entrar.
A religiosa diz:
- Desculpe, mas deve haver engano. Eu sou Flávia, a freira!
- Sim, minha filha, e ganhastes o paraíso. Leva esta túnica de linho...
- Não pode ser! Eu conheço a outra Flávia, Senhor. Era taxista, vivia na minha cidade e era um desastre! Subia as calçadas, batia com o carro todos os dias, conduzia pessimamente e assustava as pessoas.
Nunca mudou, apesar das multas e repreensões policiais. E quanto a mim, passei 65 anos pregando todos os domingos na paróquia. Como é que ela recebe a túnica com fios de ouro e eu esta?
- Não há nenhum engano - diz São Pedro. É que, aqui no céu, adotamos uma
gestão mais profissional do que a de vocês lá na Terra...
- Não entendo!
- Eu explico. Já ouviu falar de Gestão de Resultados? Agora nos orientamos por objetivos, e observamos que nos últimos anos, cada vez que tu pregavas, as pessoas dormiam. E cada vez que ela conduzia o táxi, as pessoas rezavam! Resultado é o que importa.

Isso é Gestão de Resultado!

Fonte: Paulinha Mendonça, minha amiga, guru, consultora e Gestora de Resultado!!!! 

domingo, 6 de maio de 2012

Imagem do dia

O dia amanhecendo no RJ hoje e o resultado, ainda de ontem, da super lua.



















Foto: Marcos Estrella, no Portal G1.

sábado, 5 de maio de 2012

Almoço à dois

Sabadão começando bem.
Acordei às 5h da matina, com meu Biel lindão me pedindo para contar histórias.
Fiquei tão feliz que não resisti. Afinal estamos juntos e sozinhos há duas semanas. Contamos todas as histórias de todos os seus livros...algumas vezes... eu para ele e ele para mim. 
Fico muito orgulhoso com seu gosto pela leitura. Vai seguir os passos da Fernanda!
Aliás...falta a Nanda nessa bagunça gostosa de final de semana. Se bem que ela não acordaria nesse horário. rs
Voltando ao sábado: muita brincadeira com seus carrinhos, banho de banheira, pintamos, corremos e vimos desenhos animados da Discovery Kids, além de desconfigurar o computador do papai.
No almoço resolvi inventar. Fiz um Risoto Baeta de Camarão ao Fungi. E não é que deu certo?
Com um toque de manjericão orgânico colhido aqui em casa.
Até Biel gostou e comeu tudo.
Eu no bom vinho português e Bielzão das Tapiocas no bom e velho ADES de uva.

À tarde...bom...veremos.



quinta-feira, 3 de maio de 2012

Camões enquanto Russo

O amor é um fogo que arde sem se ver
 
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade

É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Luis de Camões


E pensar que em 1990 eu estive num show ao vivo da Religião Urbana no Jóquei Club do Rio de Janeiro. Lá se vão 22 anos...e a mensagem continua atualizada.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

terça-feira, 1 de maio de 2012

Dia da MÃE

Desde que nasci que sei que o dia 1º de maio é conhecido por todos por conta do feriado nacional. Feriado do Dia da Mãe, da minha mãe. Hoje é dia do aniversário da Dona Dotye.
Mãe cuidadosa, enérgica, inteligente, teimosa como seus filhos, dentre muitas outras qualidades.
No dia de hoje, mãe, com toda a nossa distância física, quero lhe desejar muita saúde e muitas viagens à Natal.
A distância elimina a rotina e reduz desentendimentos. Aumenta a saudade e o bem querer. E faz com que, ao invés de brigarmos ou discutirmos ao nos vermos, saibamos curtir nossos momentos juntos.
Atualmente, essa mãe zelosa é uma avó coruja, com seus três netos.
Quando eu e Claudio éramos pequenos essa data era sinônimo do que hoje conhecemos como TPM DAY. Ela se escondia de todos e não queria envelhecer. Agora, com a nova fase avó, ela descobriu que envelhecer nada mais é que somar sabedoria e ter mais histórias para contar aos netos...que se depender do Claudio....ainda virão mais!!!! rs
Curta muito sua data, que para nós, eu e Claudio, é sim momento de comemoração.
Como bem disse meu irmão no seu facebook: hoje é um dia especial, de uma mãe que soube lidar com uma perda grande transferindo esse amor à duas crianças que dela dependiam.
FELIZ ANIVERSÁRIO, mamãe!
Te amo muito!
Obrigado por nos fazer os homens que somos.

Beijo grande,
Angelo