sexta-feira, 18 de junho de 2010

Aplausos a Saramago!

Uma das minhas grandes paixões é a leitura. Em vários momentos na minha vida, bons e maus, meus livros sempre estiveram comigo.
Em um dos momentos mais difíceis encontrei grande conforto e serenidade conhecendo a obra de um grande poeta português,
Fernando Pessoa. Sua obra, ao contrário do que me transmitia, é desconforto e insegurança. Mas repleta de sabedoria e intensidade.
Em um dos livros marcantes de Pessoa, "
Quando Fui Outro", conheci um pouco mais do íntimo do autor e das razões das criações de seus heterônimos, personagens que ganharam vida.
Era uma forma de
Fernando Pessoa se completar, vivendo vidas distintas e "alheias".
Um destes personagens, e o que mais gosto, chama-se
Ricardo Reis. Outros dois famosos eram Álvaro de Campos e Alberto Caeiro. Pessoa confundia sua narrativa poética com a personificação de seus heterônimos, e narrou até a morte de um deles, Alberto Caeiro.
Bom, quando cheguei em Natal fui trabalhar no escritório do Sebrae na zona norte da cidade, e um dia comum estava eu no Norte Shopping, em horário de almoço, e vi uma feira de livros usados. Esses ambientes inóspitos, empoeirados, cheios de recordações antigas e....que tanto me fascinam (rs). E vi um livro de
Saramago.
O livro, óbvio que comprei, era "
O Ano da Morte de Ricardo Reis". Sempre quis conhecer mais sobre Saramago e ainda não tinha nenhum livro dele. Já havia lido sobre ele e sobre seus livros, mas ainda não tinha lido um livro sequer deste autor. Vi ali uma grande oportunidade, conhecer a obra de Saramago através de um livro que trazia elementos de outro autor lusitano, meu favorito.
De fato,
Ricardo Reis não morreu pelas mãos de Fernando Pessoa. Por isso Saramago resolveu homenagear Pessoa com esse livro, trazendo um pouco da época fascista que vivia Portugal e o restante da Europa.
Depois deste livro vim conhecer mais um pouco de
Saramago, que foi autor, dentre muitos outros, do "Ensaio sobre a Cegueira", que depois virou até filme. Foi o primeiro e único escritor da língua portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura.
Hoje as bibliotecas do mundo estão mais tristes, pois perdemos
Saramago. Em uma de suas entrevistas, disse: "O mundo é tão bonito, tenho medo de deixar de vê-lo".
Agora, mestre
Saramago nós vamos deixar de vê-lo, mas ao lê-lo teremos a chance de perceber a beleza deste mundo que você tão bem registrou em sua obra.
O que tenho a dizer às bibliotecas do mundo? Sorriam, os Deuses portugueses estão celebrando a chegada de
Saramago, para compor seu time de notáveis ao lado de Pessoa, Camões e tantos outros.
Saudações e minhas homenagens ao mestre.

3 comentários:

  1. Ah, que droga... Ele parecia ser genial, todas as pessoas que leram algum livro dele, disseram que é muito bom. Não sei porquê as pessoas têm que partir :(
    Mas enfim, depois você vai me emprestar alguns livros, tá bom?
    Beijos.

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  2. Lá se foi mais um...que " não cabia em si"!

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