quinta-feira, 23 de junho de 2011

Verbo SER - por Drummond

Verbo SER
Carlos Drummond de Andrade

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser. Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.


Li esse poema de Drummond em uma placa na UFRN. Me fez pensar nas minhas imaturidades maduras e nas minhas maturidades imaturas. Estou me aproximando dos 40, no próximo mês completo 39 anos. Acho que lido bem com minha essência, meu jeito moleque, meu erê, como dizem na Bahia (ó paísso!). Assim como o poeta me policio bastante para não esquecer desta minha essência que me faz menino homem. Atitudes e comportamentos andam juntos com a alegria de levar a vida como a vida deve ser levada. Com a leveza dos bem humorados.
Lindo poema carregado com uma linda mensagem. SEJAMOS, apenas.
Salve Carlos Drummond de Andrade!
Salve, salve!

3 comentários:

  1. A minha filha, quando pequena, muito puta da vida porque não podia ir pra rua sozinha brincar, disse que ia ser lixeiro quando crescesse, pois ela via os lixeiros como seres libertos, iam e vinham quandio quisessem rolando seus latões e passeando naquele caminhão pela madrugada, sem mãe chateando, proibindo...
    É isso aí. O lixo era um detalhe irrelevante. O importante era a liberdade de SER... livre.
    SER é liberdade.

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