terça-feira, 24 de julho de 2012

Eu sou fã de botequim - Celso Cruz

Reclamo ou mudo de bar
Exerço o meu direito
Eu quero tudo perfeito
E se puder... ser encantado
Garçons limpos, arrumados
Cerveja boa e gelada
Só a conversa é fiada
Comigo sempre é assim
Eu sou fã de botequim
E minha mesa é na calçada.

Minha mesa é na calçada
Eu sou parte da paisagem
Exerço a malandragem
Nas minhas horas de folga.
Uma coisa que me empolga
É um bom atendimento
Um petisco suculento
Um sorriso, uma atenção
Paga qualquer comissão
Pode cobrar 10 por cento!

Me nego a pagar gorjeta
Se algo sério condene
Como falta de higiene
Ou de cerveja gelada
Mas se ela vem ‘’mofada’’
Enevoada, assumida
Se o Garçom na sua lida
Trata-me com atenção
Tem em retribuição
A gorjeta garantida.
 
Bêbado, rico, satisfeito
Eu distribuo gorjeta.
Chego a ferir a etiqueta
Inflacionando o mercado.
Quando não sou bem tratado
Ou algo me dasponta
Minha alegria desmonta
Fico de cabeça quente
E peço: Um café e a conta!
 
Celso Cruz 

Um comentário:

  1. ótimo...adorei !! poesia potiguar, mas poderia ser paulista, carioca..........dava tudo certo.

    ResponderExcluir