domingo, 3 de fevereiro de 2019

Minha esperança se enfraquece...

Muito difícil o momento que vivemos. Não me refiro ao momento político, econômico ou das fases da lua. Me refiro à fotografia atual da falta de solidariedade e pensamento no coletivo que o Brasil vive. E, antes que alguém defenda uma bandeira A ou B, estou falando dos últimos 100 anos.
À cada dia fica mais complicado manter a esperança no nosso país.
Indignação é a palavra que melhor define. Crimes como esses de Brumadinho e de Mariana deveriam ser vistos de outra forma.
Em qualquer país mais sério o país deveria se mobilizar para corrigir o que ficou e evitar que aconteça novamente. Nem uma coisa nem outra foram feitas. O lucro de uns pesa muito mais no Brasil que o bem estar de muitos outros.
O Governo, seja de qual bandeira for tinha de assegurar a correção do efeito gerado pelo crime ambiental cometido. As centenas de famílias que perderam seus sonhos, não perderam apenas casas e vidas, perderam sonhos e sorrisos. Perderam esperança, perderam histórias de vida, perderam tudo.
Seria o momento da máquina do Estado entrar em ação e depois se preocupar em cobrar dos verdadeiros responsáveis essa conta. E não o contrário. Em Mariana foi exatamente o contrário, estão esperando até hoje, 3 anos depois, que a empresa criminosa devolva a dignidade das famílias atingidas. Não pode ser assim.
Temos diversas Embrapas, IBAMAs, Ministérios e outros órgãos públicos que deveriam parar o que estão fazendo ou designar equipes suficientes para equacionar os problemas ambientais e de produção rural nessas regiões. De imediato. Como resgatar a economia local? Como fornecer moradias dignas a essas pessoas e condições de recuperar o que perderam? Depois disso, só depois, é que o Governo deveria ir atrás da empresa e cobrar essa fatura.
Estamos preocupados com a fratura do Neymar, com a eleição na Câmara e no Senado, com os Big Brothers da vida real e não em ajudar quem precisa de verdade. Talvez por isso temos jovens cada dia mais alienados e fúteis, quando deveriam ser mais responsáveis e engajados socialmente.
Quais serão as prioridades nesse momento dos nossos órgãos públicos?
Enquanto a coletividade não for prioritária viveremos no país que gera ações para o próprio umbigo. E, também nesse caso, a conta chega um dia. E chega cara.
Como manter a esperança em nosso país dessa forma? Como?


4 comentários:

  1. Caro colega,
    Congratulo-me com a sua indignação com as coisas que estão ocorrendo no país, que não são prerrogativas nossas. Estão ocorrendo no mundo todo. Infelizmente não podemos, isoladamente, mudar este curso. Há que se empreender um grande trabalho de conscientização, principalmente pelas futuras gerações porquanto a minha e, possivelmente a sua, não foi capaz disso. Abraços.

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    1. Excelente colocação. Tomara que as próximas gerações tenham um ambiente para chamar de Meio.

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  2. Também venho me perguntando isso Angelo. Refletindo com muita tristeza.

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    1. O pior é que essa tristeza que sentimos poderia ter sido evitada. Aí vem a raiva.

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