
Semana passada fiz uma viagem ao exterior pelo meu trabalho, estive no país de Mossoró. Peculiaridades a parte, pois Mossoró é riquíssimo em história e cultura, a viagem de volta foi a parte mais divertida. Embora todos estivessem cansados, ou como diz um amigo nosso “distiorados”, com o carro cheio, tivemos o prazer de desfrutar das histórias do povo contadas pelo amigo e jornalista Alberto Coutinho.
Durante sua estrada na profissão e pela a vida afora teve a oportunidade de entrevistar muitas pessoas simples e com a sabedoria popular. Conviveu com pessoas singulares e nos narrou algumas passagens engraçadas, como as que vou registrar aqui:
1) A cunhada de uma empregada que nós conseguimos no interior ligou dizendo que ela não podia vir prá Natal, porque tinha acontecido “uma entrevista” (um imprevisto);
2) Uma paciente de uma médica amiga disse que estava com “gangulo na saxila” (gânglio na axila);
3) A empregada da minha prima quando tem raiva de algo, diz: “Dona Ana, eu fico designada (indignada) com uma coisa dessa”. E quando está muito cansada, costuma dizer: “hoje eu estou exalta (exausta)”;
4) A moradora da fazenda da minha tia disse que o touro que tem lá, tanto tem de “bunito”, como de prevesso (perverso) e não se conforma com a brutilidade (brutalidade) dele;
5) A empregada da minha tia disse que a irmã está na ITI e que ia precisar fazer uma bioga (biopsia);
6) Esta mesma perguntou-me quando ia ser a coroação (colação) de grau da minha sobrinha;
7) Outra empregada da minha prima perguntou para ela, na época do escândalo Collor: “Dona Socorro é verdade que mataram Mercês Farias (PC Farias)”;
8) A minha amiga sertaneja contava que tinha uma prima que sempre dizia que ela era descompreensive e desconveniente. A ponto de ser IMBECIVE, mesmo;
9) Esta eu ouvi de um matuto referindo-se a um locutor de uma loja em São Paulo do Potengi, no RN: “O camarada que contrata um lecutor desses tem muito dinheiro para istruir (desperdiçar)”;
10) Outra de empregada conhecida: “A casa é muito boa. Toda na cerâmica, gradilhada (gradeada) e tem até independência de empregada”;
11) A vizinha da minha prima: “Zequinha tá querendo trocar o vuage (Voyage) pelo Del Reis (Del Rey)”;
12) No interior um protético fazia as vezes de dentista, arrancando dentes de pessoas carentes. Teve um que ficou tão famoso no RN que candidatou-se a Vereador. Em sua campanha teve uma fala que ficou conhecida: “Podem falar o que quiser de mim, mas um dente que eu distraio (extraio) nunca deu blenorragia (hemorragia) e nem confecção (infecção)”;
13) Uma empregada de uma amiga estava escutando as lamentações da patroa: “Eu estou me sentindo muito gorda, tenho que fazer algum exercício, entrar pra uma academia”. Quando a empregada interveio: “Mulé, no seu caso só uma leptospirose (lipoaspiração)!!!”;
14) Essa mesma empregada disse a patroa: “você está cheia de sinusite (celulite) nas pernas”;
15) Nas entrevistas pelo Estado do RN, uma costureira moradora da zona rural foi entrevistada sobre uma ação de cooperativa de crédito para o interior, e a mesma falou: “Ah meu filho, isso é uma coisa melhor do mundo. Eu sempre tive vontade de fazer impreste (empréstimo), mas eu tinha medo é do júri (juros)”;
16) Uma artesã comentando sobre seu trabalho, disse: “o artesanato é uma ótima fisioterapia (terapia) pra minha cabeça”;
17) Um vendedor ambulante reclamou de uma promotora de eventos de uma informação mal divulgada em um outdoor: “Vocês cuidem prá da próxima vez botar a informação certa no ortodoxo (outdoor) e não entrar em tradição (contradição)”.
Obrigado Alberto, por compartilhar e proporcionar tantas risadas.
Fica aqui o desafio....quem gostou e certamente se lembrou de alguma história, causo ou acauso como esses...comente e compartilhe conosco!!!
Uma pequena contribuição:
ResponderExcluirA esposa (já falecida) de um antigo faxineiro do meu pédio dizia:
Carlinhos tá cheio de Àfrica (afta) na boca.
Eu li isso em casa, estava morta de cansada, "distiorada" mesmo, mas foi só ler que chorei de rir e saí arriando pro chão, de tanta fraqueza. Valeu, Alberto!
ResponderExcluirBeijos pro Angelo.
Tô "distiorado" de rir!! "Sostô" vc fazer isso comigo! Vôtz!
ResponderExcluirA minha tia troca o "l" pelo "r" (ao contrário do Cebolinha!). Por exemplo, ao invés de "claro" ela fala "craro". Mas escreve corretamente.
ResponderExcluirUma vez, ao ver uma plaquinha na mercearia do vizinho anunciando a venda de "croro" (e não cloro) ela foi imediatamente corrigi-lo dizendo:
- Ô, Silene! Isso tá errado. Não é croro... é croro!
:)
É veridico, amigo! Eu rio demais sempre queme lembro disso!
Beijos!
Ops!
ResponderExcluirSempre "que me" lembro e não "queme"...
Foi erro de digitação!
rs
Isto me fez lembrar da empregada de uma amiga minha Mineira, que na hora do almoço nos oferecia espináfrica(espinafre). Eu tinha que respirar e contar até dez pra não cair na risada...rs
ResponderExcluirBjs
Tem a da empregada de uma amiga minha, que sempre fala assim: Dona Marrena, eu fiquei "plasma", fiquei mesmo "perpleta" com o que aconteceu. Pelas caridade, esse mundo tá perdido!
ResponderExcluirAgora me deu saudades do coral e da Marrena, claro, minha companheira de naipe.
Beijos...