segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Reflexões sobre o Desastre Ambiental em Mariana-MG

Li muitas matérias sobre o desastre ocorrido em Mariana-MG, com o rompimento da barragem da empresa Samarco, que fez com que toneladas de lama tóxica provocassem a morte de solos e aquíferos, entre eles o principal, o Rio Doce. 
Essa é uma região que conheci bem, assim como muitas das cidades que compõem a Bacia do Rio Doce. Cidades que nasceram e se estruturaram na beira desse rio, em MG e no ES. Cidades que estão arrasadas em suas economias, bem estar populacional e na falta de esperança de que tudo volte ao normal.
Vi umas declarações do Prefeito de Mariana dizendo estar preocupado com o possível fechamento da empresa por conta da multa e suas consequências diretas para a região.
Não sei porque, mas ainda me surpreendo com o nosso desgoverno em momentos como esses. Nos faltam políticas públicas claras e efetivas, assim como governantes, em todas as esferas, que se preocupem com o caos interno que se instala no país.
Quem determinou o valor dessa multa para a Samarco? Com base em que???
Foi feito um estudo para se chegar nessa conta? Isso é pouco ou muito ou muito pouco?
Em um momento como esse as três esferas (Municípios, Estado e União) deveriam se reunir, em caráter de urgência, e propor tecnicamente um plano de recuperação ambiental. A empresa deve ser responsabilizada a executar esse plano. Seja o tempo que for. E aí sim, conhecendo o plano, se pode mensurar o custo real. O impacto não é só ambiental, mas econômico e principalmente social. Tudo deve ser posto em um planejamento sério.
Famílias devem ser indenizadas, solos precisam ser recuperados, assim como suas atividades rurais, e o Rio Doce não pode pagar pela ganância e pela falta de atitude política.
Outro ponto que me chama a atenção é que a multa, definida precipitadamente, vai para a Bacia do Rio Doce? Vai para Mariana? Ao que me consta....vai para o ralo parlamentar, pois é multa que será recebida pela União. Quanto disso, de fato, vai para a recuperação do estrago que foi provocado? O percentual e a resposta a isso podem variar um pouco, mas a certeza é que dificilmente chegará onde deveria estar.
Aos cofres da União os recursos podem ser bem vindos, mas não podemos deixar de se indignar com a falta de ação e com a inércia pública e administrativa.
Em um momento que a água tem sido tão escassa no país, como deixar impune esse desperdício?
Por falar em impunidade, o que dizer de comerciantes que aumentam o preço da água mineral nessa região, acreditando se tratar de uma oportunidade de ganhos maiores?
Na França, no auge dos atentados da última sexta, o taxistas resolveram desligar o taxímetro para levar o máximo de pessoas para longe do terror. Se por aqui fosse, é provável que inventassem uma Bandeira 5. Para isso também não há regras ou políticas.
Um comerciante que explora seus clientes em momentos como esse merece o quê?
Pois bem, um país se faz com pessoas. Pessoas que elegem seus representantes e que criam as regras de um país. E o Brasil....bem....apesar de ser brasileiro....não me orgulho de muitos dos meus.

 

2 comentários:

  1. Não precisa acrescentar mais nada. Sucinto e objetivo.
    Faço das suas as minhas palavras.

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  2. Sim. Claro e real. Lamentável e vergonhoso. O site do riodoce.help (entrei pelo Greenpeace) dá caminhos pra quem deseja ajudar de várias formas.
    É o que nos resta. E rezar e torcer.

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